Cachoeiro tem apuração sobre irregularidade em compra de fraldas e remédios

Vereador Creone da Farmácia afirma ter assinaturas para abrir comissão de inquérito

Em Cachoeiro de Itapemirim, no sul do Estado, a Controladoria Geral do Município instaurou auditorias para apurar indícios de supostas irregularidades na compra de fraldas geriátricas e medicamentos para a Farmácia Municipal em 2024, último ano da gestão do ex-prefeito Victor Coelho (PSB). O tema também já chegou à Câmara de Vereadores.

Em sessão ordinária da Câmara realizada nessa terça-feira (25), o vereador Creone da Farmácia (PL) apresentou um envelope com diversos documentos que teriam sido repassados a ele pela secretária municipal de Saúde, Renata Fiório (PP) – que é vereadora, mas está inativa por causa do cargo que ocupa. Creone afirmou que ainda não tinha conseguido analisar o material, mas falou em “informações assustadoras”.

Segundo ele, nove vereadores já assinaram um pedido de abertura de Comissão Especial de Inquérito (CEI), sendo que o mínimo é sete assinaturas. Apesar disso, a instauração do procedimento dependerá de uma análise mais aprofundada dos documentos, segundo Creone, que não quis cravar se haverá ou não a CEI.

Nessa segunda-feira (24), a gestão do prefeito Theodorico Ferraço (PP) afirmou que foi feita uma aquisição de 950 mil fraldas em 2024, no valor de R$ 1,4 milhão. No estoque físico, foram identificadas 65,3 mil fraldas, quando o certo deveria ser, aproximadamente, 269 mil. Isso porque o sistema só registrou a entrega de 681,2 mil fraldas entre janeiro de 2024 e janeiro de 2025.

Um outro relatório da Secretaria Municipal de Saúde teria apontado indícios de desvios de cerca de 200 mil fraldas descartáveis no ano passado, além de fornecimento do produto pela Farmácia Municipal para pessoas já falecidas. Além disso, em um dos contratos, haveria uma carta de crédito de mais de 18 mil fraldas com um dos fornecedores que estaria em desacordo com a legislação.

Durante a sessão da Câmara, Creone também falou que medicamentos estavam sendo enviados a usuários já muito perto do vencimento do prazo de validade. A prefeitura informou que o Ministério Público do Estado (MPES) foi comunicado sobre as apurações.

Desde que assumiu o mandato na Prefeitura de Cachoeiro pela quinta vez, Theodorico Ferraço tem tornado público análises de contratos firmados pela administração anterior. A gestão de Ferraço chegou a criticar o ex-prefeito em janeiro por ter feito a opção de alugar veículos para a prefeitura em vez de adquiri-los, o que teria aumentado em muito os gastos.

Victor Coelho fez postagens nas redes sociais sobre as medidas da nova gestão nesse início de mandato, mas parou após assumir o cargo de secretário estadual de Turismo. Durante uma prestação de contas de seu mandato no ano passado, na Câmara de Vereadores, se vangloriou por ser, em suas palavras, o “único prefeito de Cachoeiro a deixar o cargo sem processos de improbidade administrativa”.

 

(DA REDAÇÃO \\ Beatriz Fontoura)

(INF.\FONTE: Século Diário \\ Lucas Schuina)

(FT.\CRÉD.: Século Diário \\ Reprodução )