Guarapari: Apicultor é chamado para retirar enxame de abelhas em cadeira de praia

Caso aconteceu na Praia da Areia Preta. De janeiro a julho de 2024 foram registrados 300 acidentes com abelhas e uma morte por picada no Espírito Santo.

Um enxame de abelhas africanas em uma cadeira chamou a atenção de banhistas que estavam na Praia da Areia Preta em Guarapari, na Região Metropolitana de Vitória, neste sábado (14). Eram, aproximadamente, 25 mil abelhas segundo um apicultor que foi chamado para retirar os insetos.
O apicultor disse que pelo menos uma banhista foi picada. Depois de 1h30 de trabalho, todas as abelhas foram ser retiradas pelo profissional.
O vídeo que circula nas redes sociais tem mais de dois minutos e mostra apenas parte do trabalho do apicultor aposentado Aguinaldo Vieira, de 85 anos. Ele fez todo o serviço de forma voluntária.
Para a retirada, Aguinaldo usou boné, camisa de manga comprida, calça e sapato fechado.
No vídeo é possível ver que as abelhas estavam na parte de cima da cadeira, pousadas em uma saída de praia, próximo à água. O profissional coloca uma caixa embaixo de onde os insetos estão e se afasta a cada vez que a onda chega.
Aos poucos, Aguinaldo pega as pontas da canga e puxa o tecido para baixo para colocar as abelhas dentro da caixa.
Segundo o próprio apicultor, cerca de 25 mil abelhas deveriam estar no enxame, uma quantidade que é considerada normal. Em áreas de vegetação, ele já encontrou enxames com mais de 90 mil abelhas.
Durante o vídeo, alguns banhistas passam e comentam sobre o trabalho de Aguinaldo. Quando a canga é puxada devagar, algumas abelhas voam, mas durante todo o processo, o apicultor disse não foi picado.
Processo lento e delicado
O apicultor contou ao g1 que estava em casa quando recebeu uma ligação pedindo ajuda sobre o enxame de abelhas.
“Eu estava em casa quando uma pessoa me ligou pedindo ajuda, falando que tinha muita abelha na Praia da Areia Preta. Então, eu fui de moto até lá só com alguns equipamentos como a caixa e um calmante para aplicar nas abelhas. Assim que cheguei, vi aquela grande quantidade e pedi logo para que todo mundo se afastasse”, narrou Aguinaldo.
Saiba como agir e qual serviço
Aguinaldo é apicultor há 60 anos e seguiu alguns métodos para conseguir retirar os insetos com segurança.
“Primeiro, eu tirei a abelha rainha. Levei um calmante e apliquei nelas com o fumigador. Ele é natural, funciona com a fumaça e não mata nenhuma abelha. Coloquei todas na caixa e devolvi a cadeira para a banhista. Depois levei a caixa para uma área de vegetação afastada”, comentou o apicultor.
Após a retirada do enxame, Aguinaldo pretende cuidar das abelhas para tentar extrair mel. Para o apicultor, não há um motivo especial para os animais terem pousado na cadeira de praia, os insetos apenas podem ter feito um pausa para seguir para outro local.
Enxameamento
Segundo o biólogo Pedro Reck, o fenômeno do deslocamento de colônias de abelhas como a que aconteceu em Guarapari é chamado de enxameamento.
“Ele é normal e acontece quando colônias ficam grandes demais ou por algum motivo são desalojadas. Elas se aglomeram ao redor da abelha rainha para se proteger”, disse o biólogo.
Pedro apontou que alguma queimada pode ter atingido o enxame, o que pode ter feito com que elas migrassem, mas que com a chegada da primavera esse fenômeno ocorre com mais frequência.
Ataques de abelhas
O apicultor apontou que, em uma semana, realizou quatro retiradas de enxames em diversos pontos da cidade.
Segundo dados da Secretaria Estadual de Saúde do Espírito Santo (Sesa), de janeiro a julho de 2024 foram registrados 300 acidentes com abelhas e uma morte por picada no estado. Já em 2023, foram 471 acidentes em todo o ano, com apenas uma morte.
Em caso de picadas, o Centro de Informação e Assistência Toxicológica (CIATox) orienta:
A primeira coisa a ser feita é ir para fora do raio da ação dos insetos;
Remover os ferrões raspando com lâminas, e não com pinças ou com o dedo, pois esse procedimento resulta na inoculação do veneno ainda existente no ferrão;
Aplicar bolsas de gelo no local das picadas para diminuir o inchaço;
Procurar o serviço de saúde mais próximo para o primeiro atendimento, avaliação da gravidade e direcionamento a serviços de saúde com soro antiveneno quando necessário.
Abelhas em poste no bairro Jardim Camburi, em Vitória. Espírito Santo — Foto: TV Gazeta
Além disso, o CIATox orienta que a população faça contato com o Centro pelo telefone 0800-283-9904 (atendimento 24 horas), cujos profissionais estarão preparados para auxiliar na avaliação e na decisão da melhor conduta.
Em 2023, foram registradas mais de 340 mil notificações de acidentes com animais peçonhentos e 451 mortes no Brasil, segundo o Ministério da Saúde. Os que mais causaram mais óbitos no país, de 2019 a 2023, foram as serpentes, seguidas de escorpiões, abelhas, aranhas e lagartas, nesta ordem.
O maior número de notificações ocorreu por causa dos escorpiões. A quantidade de acidentes e de óbitos por causa deles tiveram alta, de 2019 a 2023, com leve queda em 2022. Os óbitos por acidentes com abelhas quase que duplicaram no período.
O que fazer em casos de enxame
Em casos de emergência de enxames que podem causar risco para pessoas ou animais o Corpo de Bombeiros deve ser acionado.
Após o acionamento, uma equipe vai até o local e providencia o extermínio ou retirada dos insetos. Se os insetos estiverem alojados em postes energizados, a atribuição de retirada é da concessionária de energia.
Mas se não for uma emergência, a corporação apontou que o correto é acionar uma empresa especializada, um apicultor, ou, ainda, solicitar apoio ao Centro de Zoonoses do Município.

(DA REDAÇÃO \\ Guto Gutemberg)

(INF.\FONTE: Internet \\ Noroeste News)

(FT.\CRÉD.: Internet \\ Divulgação)